viernes, 3 de julio de 2009

U2 inaugura 360° Tour com um espetáculo vanguardista

Depois de tantos questionamentos, aqui vai o primeiro post em português.

Em homenagem àquela bandeirinha verde-amarela que de longe avistei entre uma multidão de 90 mil pessoas:

Mais que um show, uma interação entre músicos, fãs, planeta Terra e o cosmos



Interação é, sem dúvida, a palavra que caracteriza a nova turnê do U2.Mais que um show, o grupo irlandês oferece aos seus fãs um espetáculo sonoro, visual e, como não poderia faltar tratando-se de Bono, humanitário.

O primeiro contato com o show de abertura da turnê, em Barcelona, pode-se dizer, começou na entrada do estádio do Futebol Club Barcelona (Camp Nou), onde todos que chegavam se viam imersos numa multidão de 90 mil pessoas que vestiam, cantavam e respiravam U2. Entretanto, o primeiro grande impacto foi quando a vista alcançou o cenário, um tipo de monstro de quatro patas e 50 metros altura, com uma antena que visualmente parecia tocar o céu numa espécie de conexão cósmica. Algo impressionante, tratando-se de um palco onde atuariam nada mais do que quatro homens de estatura mediana.

Montado numa estrutura de tom cinza (que depois mudava de cor a cada música), Bono e companhia davam as boas vindas a Barcelona no mesmo instante em que o céu, também de cor cinzenta, mudava seu aspecto diurno para o noturno. Coincidência horária ou estratégia de marketing, o resultado é que cenário e céu pareciam um único elemento, sensação de que estávamos todos conectados e interagindo com o cosmos.

O objetivo de que o show alcançasse 360° foi cumprido. Não apenas porque o cenário estava composto por passarelas que permitiam aos músicos circularem pelos quatro cantos do estádio de futebol, mas porque, mais do que um show, “360° Tour” provoca uma simbiose entre o grupo, fãs, planeta Terra, cosmos.

E para que não fiquem dúvidas sobre o que é possível fazer quando a intenção é se comunicar, unir e lutar por um mundo melhor (proposta do próprio Bono), o momento mais surpreendente da noite foi quando todos nós, espectadores, nos comunicamos com uma estação espacial internacional. Ao vivo, Camp Nou e tripulação espacial se interligavam em áudio e vídeo. Astronautas, fora do eixo gravitacional (através do vídeo podíamos ver microfones e astronautas voando) nos receberam com cartazes que diziam The Future Needs A Big Kiss (O futuro necessita de um grande beijo) e Bono, de sua nave terrestre, perguntava sobre a situação do nosso planeta visto do espaço.

Uma conscientização sobre a necessidade de economizar água foi a conclusão a que se chegou do contato entre “céu e terra”. No entanto, o momento mais aplaudido do diálogo sideral foi quando Bono terminou a “ligação” perguntando se o nosso planeta é, de fato, redondo. Os astronautas, como se guardassem mistérios do ofício, responderam que nada podiam dizer porque era segredo!

Na atuação, tampouco faltaram críticas contra o apartheid, solidariedade às vítimas de malária e uma homenagem emocionante à ativista asiática em prol da democracia e prêmio Nobel na Paz, Aung San Suu Kyi. Nesse momento, Bono pediu que todos pusessem a máscara com a foto de Aung San, entregue a cada um dos espectadores na entrada do estádio e cantou Walk On (música que escreveu em sua homenagem).

Sem dúvida, “360° Tour” ficará registrada na memória e história do grupo irlandês não somente como a turnê mais cara da grupo, mas também como um estilo de show que certamente imprimirá sua marca no mundo dos espetáculos.

No Diario de Pernambuco

1 comentario:

Anónimo dijo...

li esta matéria no Diário de Pernambuco e imaginei que esse show deve ter tido para a juventude atual a importância que Woodstock teve para a geração dos anos 60. Gostei.